22.3.11

PROJETO
“Aprender Brincando”
OBJETIVO GERAL: Promover atividades para crianças de 7 a 10 anos, usuárias da Associação Benficente São Paulo Apóstolo –ABESPA, que desenvolvam aspectos importantes do desenvolvimento humano, como a cognição, a afetividade e o autoconhecimento.

INTRODUÇÃO: Segundo Mussen et al (2001), o desenvolvimento é definido como mudanças nas estruturas físicas e neurológicas, cognitivas e comportamentais, as quais emergem de maneira ordenada e são relativamente duradouras. Normalmente, essas mudanças resultam em maneiras novas e aprimoradas de reagir. Podemos observá-las, por exemplo, quando as crianças que engatinham começam a dar seus primeiros passos, quando os balbucios tranformam-se em fala, quando o seu pensamento concreto amplia-se ao pensamento abstrato. Dessa forma, a medida que a criança cresce e se desenvolve, o seu comportamento vai se tornando cada vez mais complexo, organizado, estável e competente.
        No entanto, para um melhor entendimento, é importante compreendermos que essas mudanças dependem principalmente de dois aspectos importantes: o biológico e o social. Entende-se como biológico a estrutura orgânica da criança, o que é inato, e social como o meio em que a criança se desenvolverá, com todos os estímulos que lhe serão disponíveis. Muitas teorias do desenvolvimento gravitam em torno desses dois aspectos de forma polarizada, como por exemplo as Teorias Biológicas, as quais enfatizam a maturação e a genética como principais – mas não determinantes – influentes da maioria dos comportamentos e desenvolvimentos, e as Teorias da Aprendizagem, enfatizando o papel dominante da experiência. Bandura, um dos expoentes dessa corrente, segundo Bee (1996), via o comportamento humano como extremamente plástico, moldados por processos predizíveis de aprendizagem.
        Outras teorias trabalham não com o debate polarizador entre os dois aspectos, mas com a interação de ambos, ou seja, tanto o biológico quanto o social agindo conjuntamente. As teorias psicanalíticas, por exemplo, as quais, apesar de suas inúmeras correntes, destacam-se por compreender que a qualidade e o caráter dos relacionamentos da criança com algumas pessoas são centrais no desenvolvimento global da criança, considerando assim o caráter interativo como fator importante (BEE, 1996).  
Da mesma forma, as Teorias Cognitivo-desenvolvimentais, enfatizam essa interação como centro do desenvolvimento da criança. No entanto, diferentemente da Psicanálise, que considera preponderante no desenvolvimento infantil as relações das crianças com algumas pessoas – pai, mãe, por exemplo –, as interações aqui enfatizadas são as existentes entre as crianças e o mundo inanimado – brinquedos, objetos, com imagens e sons. A preocupação aqui são com os aspectos cognitivos, como o pensamento, linguagem, muito mais que com o desenvolvimento da personalidade (Idem). Piaget e Vygotsky são expoentes desse conjuto de teorias.
        Em resumo, podemos observar, que todas essas teorias trazem uma parte importante na compreensão do processo desenvolvimental do homem, em especial a criança, público-alvo desse projeto, tanto no seu aspecto biológico, social e biológico-social. Compreendê-las, levando em conta suas limitações e suas complementariedades, nos dará uma visão global e, cosequentemente, mais ampla da criança em perspectiva.
JUSTIFICATIVA: Apesar de considerarmos todas as teorias acima descritas, concorddamos com Barros (2004) que o desenvolvimento é resultante de processos internos ao organismo, processos orgânicos, e de eventos ambientalistas, sociais, que ocorrem dentro de determinada faixa de tempo. Ou seja, estamos privilegiando as teorias interacionistas e considerando também os estágios do desenvolvimento de acordo com a idade.
Assim, é de extrema necessidade que haja uma adequada estimulação ambiental para o bom desenvolvimento da criança. Do balbucio a fala, a criança precisa ser estimulada principalmente no sentidos da audição,  como pais que dialogam com as crianças durante as brincadeiras dando nomes aos objetos, para que posteriormente ela os pronuncie. Segundo Barros (2004), pesquisas realizadas na área do desenvolvimento mostram que à medida que a criança recebe mais e mais estimulação do ambiente, seu cérebro também se organiza lentamente, ou seja, os neurônios começam a trabalhar em grupos formando unidades, possibilitando formas de aprendizagem mais complexas.
Pensando dessa forma, esse projeto é importante para a estimulação de habilidades que se encaixam no processo desenvolvimental de crianças de 7 a 10 anos, usuárias da ABESPA.
METODOLOGIA: As atividades serão realizadas em encontros quinzenais aos sábados, com duração aproximadamente de duas horas cada. Poderão ser responsáveis pela execução dessas atividades, de preferência, terapeutas ocupacionais, psicólogos e pedagogos.
Esses encontros serão divididos em temas diversos, os quais serão abordados através de diferentes meteodologias, sempre visando a adequação para a faixa etária e seu nível de compreensão, como também a realidade social das crianças.

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